Olá,
O post de hoje vai falar sobre música. Para rever o post com a entrevista com o jornalista Arthur Dapieve, jornalista e crítico musical, clique aqui.
Essa é uma matéria sobre Noel Rosa e seu bairro, Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Para fazer essa matéria entrevistei moradores do bairro e o garçom Carlito Teixeira Aguiar, de um dos bares mais tradicionais de Vila Isabel. Noel Rosa nasceu em 11 de dezembro de 1910, foi compositor, cantor, sambista e um dos maiores nomes da música brasileira. Entre seus sucessos estão, "Com que rupa?", " Conversa de Botequim" e " Último desejo".
"Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila, ao abraçar o samba ...". Esses versos escritos por Noel Rosa no século passado ainda são válidos para representar os moradores de Vila Isabel nos dias atuais. A moradora Maria Peres, 64 anos, professora aposentada, relembrou os tempos de folia do passado, quando o samba ainda era predominante pelas ruas do bairro. Segundo seu relato, os moradores mais jovens, muitas vezes, não reconhecem a história da figura que deu notoriedade à Vila. Um artista completo, com um talento proporcional a sua boemia, percorreu durante a sua curta mais intensa vida, os bairros cariocas. Com o samba se imortalizou, deixando um grande legado para a música brasileira. Assim como Chiquinha Gonzaga, Carlos Gomes e outros grandes compositores, Noel buscou inspiração no povo, legitimando o samba feito no morro. Era uma amante do carnaval, participou de diversos blocos e deixou histórias lendárias dos dia de festa que geraram uma de suas mais conhecidas músicas, "Com que roupa".
Viveu na era do apogeu do rádio como um meio de comunicação que ajudou a popularizar suas músicas que não saíram mais da cabeça dos cariocas. Compôs grande parte de suas músicas no bairro em que nasceu. Vila Isabel, em bares durante as madrugadas, sempre com a companhia do cigarro e da cerveja. Essas companhias serviam como uma espécie de combustível que gerava uma energia especial para a arte de compor um samba e também foi a responsável por deixar sua vida tão efêmera. Morreu de tuberculose mas não deixou a boêmia nem um segundo de sua vida. Era frequentador assíduos de bares da Vila e escreveu um samba para falar do garçom, figura indispensável para o boêmio.
Percorrendo as ruas de Vila Isabel hoje, mais de 70 anos após a morte de seu maior ícone, podemos notar sua presença em cada canto das ruas. Seja no nome do túnel, de bancas de jornais, de edifícios e de estátuas, Noel se tornou o símbolo e a porta de entrada para o bairro. Ele representa um estilo de vida que se perpetuou entre os moradores de todas as idades. Não há como ignorar sua história quando se anda pelas calçadas da Vila, que contém as notas musicais de suas mais notáveis composições.
Em todas as partes do bairro encontramos um pedaço da sua vida e existe até uma estátua de Noel em seu habitat natural, o bar, com a sua companhia mais frequente, o garçom.
Existem dezenas de bares em Vila Isabel que refletem a forma noturna de viver de grande parte dos moradores como afirmou o garçom Carlito Teixeira de Aguiar . Os bares se dividem em modernos e tradicionais, que buscam sempre resgatar a atmosfera dos anos 1930. Entre os bares tradicionais, o Petisco da Vila, inaugurado poucos anos após a morte de Noel, cumpre com a sua missão de ser o berço da boemia.
Nas paredes estão gravados trechos de músicas de Noel, violões e outros instrumentos musicais que revelam a temática do bar e restaurante. A figura mais antiga, que trabalha no Petisco da Vila, é Carlito, um cearense de 54 anos que se tornou um carioca de alma.
Durante uma "conversa de botequim", Carlito mostrou que existem hoje grandes compositores inspirados por Noel, que usam o bar para fazer suas composições. Ele já serviu nomes da música brasileira como Arlindo Cruz e Martinho da Vila, outro compositor ilustre do bairro. O garçom também revelou que uma das grandes dificuldades para os boêmios de hoje é a Lei Seca e a proibição proibição de fumar em espaços públicos, o que seria inimaginável na época de Noel Rosa, na qual o cigarro não era visto como o vilão, mas sim a representação dos mocinhos. Entretanto, essa mentalidade mudou e os boêmios têm que encontrar uma forma menos autodestrutiva de inspiração.
A Vila de hoje ainda abriga um encontro de compositores que não fogem das suas raízes, e nas palavras de Carlito, " seus moradores já nascem boêmios e com o samba no pé".
Escute algumas da músicas de Noel :
O post de hoje vai falar sobre música. Para rever o post com a entrevista com o jornalista Arthur Dapieve, jornalista e crítico musical, clique aqui.
"Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila, ao abraçar o samba ...". Esses versos escritos por Noel Rosa no século passado ainda são válidos para representar os moradores de Vila Isabel nos dias atuais. A moradora Maria Peres, 64 anos, professora aposentada, relembrou os tempos de folia do passado, quando o samba ainda era predominante pelas ruas do bairro. Segundo seu relato, os moradores mais jovens, muitas vezes, não reconhecem a história da figura que deu notoriedade à Vila. Um artista completo, com um talento proporcional a sua boemia, percorreu durante a sua curta mais intensa vida, os bairros cariocas. Com o samba se imortalizou, deixando um grande legado para a música brasileira. Assim como Chiquinha Gonzaga, Carlos Gomes e outros grandes compositores, Noel buscou inspiração no povo, legitimando o samba feito no morro. Era uma amante do carnaval, participou de diversos blocos e deixou histórias lendárias dos dia de festa que geraram uma de suas mais conhecidas músicas, "Com que roupa".
Viveu na era do apogeu do rádio como um meio de comunicação que ajudou a popularizar suas músicas que não saíram mais da cabeça dos cariocas. Compôs grande parte de suas músicas no bairro em que nasceu. Vila Isabel, em bares durante as madrugadas, sempre com a companhia do cigarro e da cerveja. Essas companhias serviam como uma espécie de combustível que gerava uma energia especial para a arte de compor um samba e também foi a responsável por deixar sua vida tão efêmera. Morreu de tuberculose mas não deixou a boêmia nem um segundo de sua vida. Era frequentador assíduos de bares da Vila e escreveu um samba para falar do garçom, figura indispensável para o boêmio.
Percorrendo as ruas de Vila Isabel hoje, mais de 70 anos após a morte de seu maior ícone, podemos notar sua presença em cada canto das ruas. Seja no nome do túnel, de bancas de jornais, de edifícios e de estátuas, Noel se tornou o símbolo e a porta de entrada para o bairro. Ele representa um estilo de vida que se perpetuou entre os moradores de todas as idades. Não há como ignorar sua história quando se anda pelas calçadas da Vila, que contém as notas musicais de suas mais notáveis composições.
Em todas as partes do bairro encontramos um pedaço da sua vida e existe até uma estátua de Noel em seu habitat natural, o bar, com a sua companhia mais frequente, o garçom.
Existem dezenas de bares em Vila Isabel que refletem a forma noturna de viver de grande parte dos moradores como afirmou o garçom Carlito Teixeira de Aguiar . Os bares se dividem em modernos e tradicionais, que buscam sempre resgatar a atmosfera dos anos 1930. Entre os bares tradicionais, o Petisco da Vila, inaugurado poucos anos após a morte de Noel, cumpre com a sua missão de ser o berço da boemia.
Nas paredes estão gravados trechos de músicas de Noel, violões e outros instrumentos musicais que revelam a temática do bar e restaurante. A figura mais antiga, que trabalha no Petisco da Vila, é Carlito, um cearense de 54 anos que se tornou um carioca de alma.
Durante uma "conversa de botequim", Carlito mostrou que existem hoje grandes compositores inspirados por Noel, que usam o bar para fazer suas composições. Ele já serviu nomes da música brasileira como Arlindo Cruz e Martinho da Vila, outro compositor ilustre do bairro. O garçom também revelou que uma das grandes dificuldades para os boêmios de hoje é a Lei Seca e a proibição proibição de fumar em espaços públicos, o que seria inimaginável na época de Noel Rosa, na qual o cigarro não era visto como o vilão, mas sim a representação dos mocinhos. Entretanto, essa mentalidade mudou e os boêmios têm que encontrar uma forma menos autodestrutiva de inspiração.
A Vila de hoje ainda abriga um encontro de compositores que não fogem das suas raízes, e nas palavras de Carlito, " seus moradores já nascem boêmios e com o samba no pé".
Escute algumas da músicas de Noel :
- " Conversa de Botequim"
- " Com que roupa"
- "Último Desejo"
Beijos,
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