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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Entrevista com o jornalista Jorge Miguel da Rádio Tupi

Olá, 

O post de hoje é uma entrevista que eu fiz em parceria com minha amiga, Michele Freitas. Entrevistamos o jornalista Jorge Miguel, na Rádio Tupi. A rádio fica no prédio do Diário dos Associados junto com o Jornal do Comércio, a Rádio Tupi , o Diário Mercantil e a Rádio Nativa. Michele foi a nossa ponte de contato com o entrevistado. Eles eram vizinhos e ela, como uma boa jornalista, guardou o seu telefone. Gravamos a entrevista, assistimos o programa e conhecemos toda a rádio.




Produtor do programa "Patrulha da Cidade" na Rádio Tupi. Estudou na Faculdade da Cidade e depois de formado foi para o cinema e trabalhou na área de produção por quatro anos. Participou da produção com Carlos Diegues no filme "Quilombo" e com Arnaldo Jabor no filme "Eu sei que vou te amar". Está a 24 anos na Rádio Tupi. O "Pratrulha da cidade" é um policial humorístico que passa no horário de 12:00 às 13:15 e apresenta um formato irreverente. É antenado com os problemas da população, conta com rádio- atores, editores, sonoplastas e comentaristas. 


1)      Como é feito o programa “Patrulha da cidade”?

JM- Primeiro as notícias são apuradas no jornalismo, redigidas de uma maneira séria dentro de um padrão de rádio-jornalismo. Depois eu tenho a função de transformar essas notícias em um teatro com pitadas de humor, quando há espaço para isso já que existem notícias que são tragédias e não há como fazer piada. Nesses casos usamos o drama com uma interpretação dramatizada do fato. Brincamos com o texto, a “Patrulha” é um programa único, onde carnavalizamos a violência usando uma linguagem popular para relatar os acontecimentos do cotidiano.

2)      Qual foi a sua trajetória até chegar na rádio Tupi?

JM- Comecei como vocês. Eu sempre gostei de rádio e quando fiz o vestibular optei por jornalismo, mas sempre tendo em mente a rádio. Também tive um vizinho que era jornalista, Alves de Oliveira um dos grandes da área de polícia que hoje já está aposentado, e ficava fascinado com a rotina do seu trabalho. Ele trabalhava em três jornais diferentes e toda hora chegava um carro de reportagem no prédio que eu morava para buscá-lo, sem contar o fato de que ele era uma pessoa muito bacana. Inspirado nele foi para faculdade e comecei a fazer rádio logo no 3º período quando tive aula com Carlos Sigma um dos Diretores da Rádio Manchete. O professor viu o meu interesse e me levou para a Manchete e depois fui para a rádio Roquette-Pinto e me formei. Depois de formado decidi ir para o cinema e comecei a trabalhar em produção de cinema. Fiz “Quilombo” do Carlos Diegues, “Eu sei que vou te amar” do Arnaldo Jabor e alguns outros filmes. Fiquei no cinema por aproximadamente quatro anos em um período que houve uma crise de produção e o mercado ficou inconstante e muito difícil para trabalhar. Foi nessa época que encontrei um amigo de faculdade na Cinelândia e contei sobre as dificuldades a área estava passando e que eu buscava um emprego. Ele me indicou para uma vaga de redator na Rádio Tupi para o programa “Patrulha da cidade”. Fiquei apreensivo no início porque era diferente de tudo que sempre fiz. Ele me mostrou o script que levei para casa e reproduzi outro com as ideias da minha cabeça, no dia seguinte eu levei para o Diretor que gostou e me deixou em um período de 30 dias de experiência e já estou aqui há 24 anos. A Rádio Tupi é uma grande escola, a maioria dos profissionais renomados passou por aqui assim como os grandes nomes da televisão, como Chico Anysio e Lima Duarte.”

4) Qual foi a sua faculdade?

JM- Eu comecei no Centro Unificado Profissional que hoje é a Faculdade da Cidade. Uma faculdade de Jacarepaguá que foi idealizada por grandes jornalistas de peso e um grupo da PUC-RJ de professores. Foi uma experiência muito marcante na minha vida, trabalhei com as “feras” do jornalismo como Jânio de Freitas, Milton Carlos, Léo Borges e muitos outros. Tive excelentes professore que atuavam no mercado e eram muito conceituados. Foi nesse meio que iniciei minha trajetória e a rádio abriu as portas para a carreira.

3)      Qual é a situação do rádio nos dias atuais?

JM- O Rádio está ressurgindo. A televisão possui um poder econômico mais forte, entretanto a Rádio Tupi apresenta uma grande estrutura com os equipamentos mais modernos que podem ser comparados com as grandes empresas norte-americanas. Ocupamos três andares do prédio. Um ocupa a área de produção, outro a área burocrática e o último a parte técnica da rádio, de manutenção. A rádio tupi hoje é muito forte, antes existia a supremacia da Rádio Globo. Com o tempo nos modernizando e hoje somos líderes de audiência no Rio de Janeiro. A Patrulha da Cidade tem um grande alcance de ouvintes e uma resposta quase que imediata dos problemas que relamos no decorrer do programa. Isso mostra que o poder da rádio é muito forte, estamos muito antenados com as questões do cotidiano.”

4)      Qual é o papel do Editor?

JM- O Editor é o responsável por tudo que vai ao ar, todas as notícias foram selecionadas por mim no setor de jornalismo na parte da manhã. Analiso tudo que foi publicado sobre polícia nas últimas 24 horas e a partir desse momento eu escolho as que mais se adaptam ao perfil do programa e ao interesse do ouvinte. Para que tudo aconteça é necessário ver a pauta do jornalismo realizar reuniões  para apurar tudo o que de mais importante está acontecendo na área de polícia. A principal notícia é aquela que foi considerada pelo editor e ganha um destaque no programa. Geralmente são os crimes de grande repercussão e atípicos.

5)      Qual recomendação você daria para quem está começando na profissão?

JM- Para quem está começando e para quem já está no mercado é essencial se atualizar todos os dias, porque o mercado e extremamente competitivo. É importante ler muito, se informar sobre os principais assuntos que estão em destaque. O jornalista é especialista em generalidades, por isso tem que saber de tudo. A atividade é muito dinâmica, vocês devem aproveitar todas as oportunidades e se especializar sempre. Também devem dominar a informática que é uma ferramenta usada em grande parte das profissões e mais ainda no jornalismo onde existe a tarefa de apuração que exige um grande domínio do meio eletrônico. Outra recomendação é o domínio de línguas estrangeiras e principalmente a portuguesa. O conhecimento da gramática é um fator essencial para o bom jornalista. Fazer estágio no início da faculdade também é uma grande vantagem, pois a melhor forma de aprender é na prática. E o mais importante é fazer com paixão, cada dia que chego aqui me sinto mais realizado e com prazer naquilo que faço. Acho que esse é o grande segredo para o sucesso.

6)       Como você analisa o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo? Isso refletiu de alguma forma na rádio?

     JM- Isso na verdade é uma briga política. Os grandes veículos querem que seus grandes nomes possam escrever e a nossa lei permitia que eles fossem colaboradores. Hoje a situação mudou, mas no geral toda  empresa exige que o seu profissional tenha passado pela faculdade porque foram quatro anos de investimento e estudo. A profissão exige uma grande capacitação dos profissionais. Continua sendo uma carreira muito disputada . O jornalista deve ser bem informado para poder dialogar com os diversos tipos de profissionais .  Dentro da rádio nada mudou no processo de seleção dos profissionais. Temos  convênios com determinadas faculdades para a busca de nossos estagiários a partir do 4º período da faculdade.

Beijos,




4 comentários:

  1. Saudades dessa época. Lembro de ter descido cada um daqueles 6 que, na verdade eram 12, andares de escada comentando que queríamos trabalhar lá. E que não importasse onde, trabalharíamos juntas.
    Por mim, a parceria está de pé!
    O blog está cada dia melhor! Tenho muito orgulho de ter sido mencionada nele.
    Sucesso, Ju! <3

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    Respostas
    1. Obrigada Michele! Também sinto saudade dessa época, principalmente quando estávamos na mesma turma :/ e nunca vou esquecer esse dia, nem os 6x6 andares de escada. Temos que trabalhar juntas !! Beijos <3

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  2. Carol Martins17 setembro, 2013

    Ótima entrevista,Ju!Rumo ao sucesso na comunicação!!

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