O post de hoje é uma entrevista que eu fiz em parceria com minha amiga, Michele Freitas. Entrevistamos o jornalista Jorge Miguel, na Rádio Tupi. A rádio fica no prédio do Diário dos Associados junto com o Jornal do Comércio, a Rádio Tupi , o Diário Mercantil e a Rádio Nativa. Michele foi a nossa ponte de contato com o entrevistado. Eles eram vizinhos e ela, como uma boa jornalista, guardou o seu telefone. Gravamos a entrevista, assistimos o programa e conhecemos toda a rádio.
Produtor do programa "Patrulha da Cidade" na Rádio Tupi. Estudou na Faculdade da Cidade e depois de formado foi para o cinema e trabalhou na área de produção por quatro anos. Participou da produção com Carlos Diegues no filme "Quilombo" e com Arnaldo Jabor no filme "Eu sei que vou te amar". Está a 24 anos na Rádio Tupi. O "Pratrulha da cidade" é um policial humorístico que passa no horário de 12:00 às 13:15 e apresenta um formato irreverente. É antenado com os problemas da população, conta com rádio- atores, editores, sonoplastas e comentaristas.
1)
Como é feito o programa “Patrulha da cidade”?
JM- Primeiro as notícias são apuradas no jornalismo, redigidas
de uma maneira séria dentro de um padrão de rádio-jornalismo. Depois eu tenho a
função de transformar essas notícias em um teatro com pitadas de humor, quando
há espaço para isso já que existem notícias que são tragédias e não há como
fazer piada. Nesses casos usamos o drama com uma interpretação dramatizada do
fato. Brincamos com o texto, a “Patrulha” é um programa único, onde
carnavalizamos a violência usando uma linguagem popular para relatar os
acontecimentos do cotidiano.
2)
Qual foi a sua trajetória até chegar na rádio
Tupi?
JM- Comecei como vocês. Eu sempre gostei de rádio e quando fiz
o vestibular optei por jornalismo, mas sempre tendo em mente a rádio. Também
tive um vizinho que era jornalista, Alves de Oliveira um dos grandes da área de
polícia que hoje já está aposentado, e ficava fascinado com a rotina do seu
trabalho. Ele trabalhava em três jornais diferentes e toda hora chegava um
carro de reportagem no prédio que eu morava para buscá-lo, sem contar o fato de
que ele era uma pessoa muito bacana. Inspirado nele foi para faculdade e
comecei a fazer rádio logo no 3º período quando tive aula com Carlos Sigma um
dos Diretores da Rádio Manchete. O professor viu o meu interesse e me levou
para a Manchete e depois fui para a rádio Roquette-Pinto e me formei. Depois de
formado decidi ir para o cinema e comecei a trabalhar em produção de cinema.
Fiz “Quilombo” do Carlos Diegues, “Eu sei que vou te amar” do Arnaldo Jabor e
alguns outros filmes. Fiquei no cinema por aproximadamente quatro anos em um
período que houve uma crise de produção e o mercado ficou inconstante e muito
difícil para trabalhar. Foi nessa época que encontrei um amigo de faculdade na
Cinelândia e contei sobre as dificuldades a área estava passando e que eu
buscava um emprego. Ele me indicou para uma vaga de redator na Rádio Tupi para
o programa “Patrulha da cidade”. Fiquei apreensivo no início porque era
diferente de tudo que sempre fiz. Ele me mostrou o script que levei para casa e
reproduzi outro com as ideias da minha cabeça, no dia seguinte eu levei para o
Diretor que gostou e me deixou em um período de 30 dias de experiência e já
estou aqui há 24 anos. A Rádio Tupi é uma grande escola, a maioria dos
profissionais renomados passou por aqui assim como os grandes nomes da
televisão, como Chico Anysio e Lima Duarte.”
4) Qual foi a sua faculdade?
JM- Eu comecei no Centro Unificado Profissional que hoje é a
Faculdade da Cidade. Uma faculdade de Jacarepaguá que foi idealizada por
grandes jornalistas de peso e um grupo da PUC-RJ de professores. Foi uma
experiência muito marcante na minha vida, trabalhei com as “feras” do
jornalismo como Jânio de Freitas, Milton Carlos, Léo Borges e muitos outros.
Tive excelentes professore que atuavam no mercado e eram muito conceituados.
Foi nesse meio que iniciei minha trajetória e a rádio abriu as portas para a carreira.
3)
Qual é a situação do rádio nos dias atuais?
JM- O Rádio está ressurgindo. A televisão possui um poder
econômico mais forte, entretanto a Rádio Tupi apresenta uma grande estrutura
com os equipamentos mais modernos que podem ser comparados com as grandes
empresas norte-americanas. Ocupamos três andares do prédio. Um ocupa a área de
produção, outro a área burocrática e o último a parte técnica da rádio, de
manutenção. A rádio tupi hoje é muito forte, antes existia a supremacia da
Rádio Globo. Com o tempo nos modernizando e hoje somos líderes de audiência no
Rio de Janeiro. A Patrulha da Cidade tem um grande alcance de ouvintes e uma
resposta quase que imediata dos problemas que relamos no decorrer do programa.
Isso mostra que o poder da rádio é muito forte, estamos muito antenados com as
questões do cotidiano.”
4)
Qual é o papel do Editor?
JM- O Editor é o responsável por
tudo que vai ao ar, todas as notícias foram selecionadas por mim no setor de
jornalismo na parte da manhã. Analiso tudo que foi publicado sobre polícia nas
últimas 24 horas e a partir desse momento eu escolho as que mais se adaptam ao
perfil do programa e ao interesse do ouvinte. Para que tudo aconteça é
necessário ver a pauta do jornalismo realizar reuniões para apurar tudo o que de mais importante
está acontecendo na área de polícia. A principal notícia é aquela que foi
considerada pelo editor e ganha um destaque no programa. Geralmente são os crimes de grande
repercussão e atípicos.
5)
Qual recomendação você daria para quem está
começando na profissão?
JM- Para quem está começando e para
quem já está no mercado é essencial se atualizar todos os dias, porque o
mercado e extremamente competitivo. É importante ler muito, se informar sobre
os principais assuntos que estão em destaque. O jornalista é especialista em
generalidades, por isso tem que saber de tudo. A atividade é muito dinâmica,
vocês devem aproveitar todas as oportunidades e se especializar sempre. Também
devem dominar a informática que é uma ferramenta usada em grande parte das
profissões e mais ainda no jornalismo onde existe a tarefa de apuração que
exige um grande domínio do meio eletrônico. Outra recomendação é o domínio de
línguas estrangeiras e principalmente a portuguesa. O conhecimento da gramática
é um fator essencial para o bom jornalista. Fazer estágio no início da
faculdade também é uma grande vantagem, pois a melhor forma de aprender é na
prática. E o mais importante é fazer com paixão, cada dia que chego aqui me
sinto mais realizado e com prazer naquilo que faço. Acho que esse é o grande
segredo para o sucesso.
6)
Como você
analisa o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo? Isso refletiu de
alguma forma na rádio?
JM- Isso na verdade é uma briga
política. Os grandes veículos querem que seus grandes nomes possam escrever e a
nossa lei permitia que eles fossem colaboradores. Hoje a situação mudou, mas no
geral toda empresa exige que o seu profissional tenha passado pela faculdade
porque foram quatro anos de investimento e estudo. A profissão exige uma grande
capacitação dos profissionais. Continua sendo uma carreira muito disputada . O
jornalista deve ser bem informado para poder dialogar com os diversos tipos de
profissionais . Dentro da rádio nada
mudou no processo de seleção dos profissionais. Temos convênios com determinadas faculdades para a
busca de nossos estagiários a partir do 4º período da faculdade.
Beijos,
Saudades dessa época. Lembro de ter descido cada um daqueles 6 que, na verdade eram 12, andares de escada comentando que queríamos trabalhar lá. E que não importasse onde, trabalharíamos juntas.
ResponderExcluirPor mim, a parceria está de pé!
O blog está cada dia melhor! Tenho muito orgulho de ter sido mencionada nele.
Sucesso, Ju! <3
Obrigada Michele! Também sinto saudade dessa época, principalmente quando estávamos na mesma turma :/ e nunca vou esquecer esse dia, nem os 6x6 andares de escada. Temos que trabalhar juntas !! Beijos <3
ExcluirÓtima entrevista,Ju!Rumo ao sucesso na comunicação!!
ResponderExcluirObrigada Carol! Sucesso p nós 2 :)
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